segunda-feira, 16 de julho de 2012

Uso da Própolis em Feridas

Própolis  é uma resina colhida pelas abelhas em diversos vegetais à qual são acrescidas secreções produzidas pelas abelhas, cera e pólen. Na própolis encontram-se ácidos orgânicos e aldeídos: ácidos fenólicos, flavonóides e também terpenos; vitaminas e minerais; não são encontrados albumina ou hormónios. é uma substância resinosa obtida pelas abelhas através da coleta de resinas da flora (pasto apícola) da região, e alteradas pela ação das enzimas contidas em sua saliva. A cor, sabor e o aroma da própolis variam de acordo com sua origem botânica.

Tem sido utilizada na medicina popular por vários anos, com funções variadas, porém pouco se encontra relatado cientificamente na literatura sobre a própolis.

Acredita-se que a própolis tenha várias atividades
farmacológicas, dentre elas, destacam-se seus efeitos antimicrobianos, bactericidas, antimicótico, antiinflamatório, adstringente, além dessas alguns autores relatam atividade anestésica e citostática.

Composição química da própolis

Resinas e bálsamos aromáticos: 50%
Ceras: 25 a 35%
Óleos essenciais: 10%
Grãos de Pólen: 5%
Minerais: alumínio, cálcio, estrôncio, ferro, magnésio, silício, titânio, bromo e zinco.
Vitaminas: pró-vitaminas A e todas do complexo B.
Flavonoides: Ésteres cafeinados.
Com potente ação antimicrobiana, a própolis elimina bactérias, como a Staphylococcus aureus, que normalmente se instala na lesão cutânea.  

DESBRIDAMENTO


 O desbridamento consiste na remoção de tecidos necrosados aderidos ou de corpos/partículas estranhos no leito da ferida, usando técnicas mecânicas e/ou químicas.

Classificação
  1. Desbridamento cirúrgico cortante: é o método mais eficaz e seletivo. É importante cicatrizar a ferida diabética no menor tempo possível, para evitar infecção secundária. Quando o desbridamento cirúrgico não for exeqüível, por exemplo, quando o paciente sentir dores excruciantes ou não houver um profissional qualificado disponível devem ser considerados outros métodos:
  2. Autolítico: o desbridamento autolítico com curativos interativos úmidos (hidrogéis, alginatos, películas transparentes, hidrocolóides) é seletivo e liquefaz as crostas e escaras, além de promover a formação do tecido de granulação. A autólise dos tecidos deve ser iniciada dentro de 24 a 72 horas, ou como alternativa, deve-se tentar um outro método de desbridamento. A retalhação da escara com uma lâmina de bisturi é feita com sulcos paralelos superficiais na superfície da crosta, formando um padrão entrecruzado. A utilização desta técnica antes da aplicação do curativo interativo úmido, facilita a penetração local e o desbridamento. Os sulcos não devem atingir os tecidos viáveis e o sangue deve ser mínimo ou inexistente. 
  3. Mecânico: pode ser realizado com curativos de gaze úmido ou secos, irrigação e lavagem em jato. Estes métodos são os menos seletivos dentre todas as técnicas de desbridamento e podem lesar o tecido de granulação saudável e o epitélio novo. Os curativos secos a úmidos são usados freqüentemente para envolver feridas necróticas extensas, que podem ocorrer nas lesões cirúrgicas que não cicatrizam.
  4. Enzimático: historicamente, algumas enzimas (colagenase, papaína, uroquinase), tem sido usadas como agentes desbridantes de escaras e crostas. Sua ação é seletiva, mas é lenta, dispendiosas e trabalhosas. Em muitos casos, estes agentes podem agravar infecções localizadas nos detritos liquefeitos e aumentam ou provocam dor local.
 

Tratamento de Feridas com Larvas

O tratamento de feridas com larvas causa repulsa em muitas pessoas, mas tem se mostrado um tratamento seguro e muito eficaz.As larvas da mosca Lucilia sericata (um tipo de mosca-varejeira) gostam exatamente daquilo que causa um problema na ferida: o tecido morto que não cicatriza. Essas larvas não possuem pequenos dentes. Elas liberam uma enzima que prepara o seu “alimento” e ainda acaba com bactérias resistentes a antibióticos. A ferida com os “inquilinos vivos” é coberta com gaze.A larva-terapia está virando moda no mundo inteiro com resultados impressionantes de recuperação. O tratamento consiste no uso de larvas de moscas com hábito saprófago, ou seja, que se alimentam de tecido necrosado (podre). Normalmente vem sendo usadas as larvas da mosca Lucilia sericata (um tipo de mosca-varejeira) gostam exatamente daquilo que causa um problema na ferida: o tecido morto que não cicatriza. Essas larvas não possuem pequenos dentes. Elas liberam uma enzima que prepara o seu "alimento" e ainda acaba com bactérias resistentes a antibióticos.
As larvas da mosca varejeira são cultivadas livres de germes em um laboratório. Em comparação com o método tradicional de limpeza da ferida com bisturi e do combate à infecção com medicamentos realizam o seu trabalho totalmente sem dor e sem efeitos colaterais. As larvas trabalham de maneira altamente seletiva, assimilando somente tecidos mortos, sem mexer nas partes saudáveis. Como nos tecidos mortos não há mais fibras nervosas, o paciente não sente nada. Após três ou quatro dias é efetuada a troca do curativo e das larvas. As larvas aumentaram seu volume corporal em 10 vezes quando o existe muito tecido necrosado. O tratamento demora de 2 a 6 meses.
A aplicação destes "bio-cirurgiões" é contra-indicada quando há uma abertura corporal perto da ferida ou no caso de ferimentos agudos. É muito indicada para feridas crônicas, como abcessos nas pernas do diabético ou escaras (feridas crônicas, abertas no paciente que fica longos períodos deitado).
Procedimento:
1- As larvas criadas em laboratório são acondicionadas em frascos etiquetados dessa forma: Larvas Medicinais Desinfetadas  
2-As larvas recén-emergidas e famintas são colocadas diretamente na ferida, protegidas com gaze e então o curativo é fechado normalmente. 
3-A cada 2 dias o curativo é trocado. 
4- A ferida é lavada, as larvas maiores são retiradas.
5-O processo é repetido e geralmente o tratamento demora de 2 a 6 meses dependendo da gravidade.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Curativos de cateteres fixadores ortopédicos e tracoes transesqueleticas

O local de insercao destes dispositivos deve permanecer sempre limpo e seco, e e recomendada a utilizacao de uma solucao anti-septica como medida de prevencao da colonizacao bacteriana. 
Exemplos: cateteres de curta permanencia ou puncionaveis (intracath, Schiller), cateter de media permanencia ou semi implantados (broviac, Hickman®, permicath), cateter abdominal (tenchof), fixadores ortopedicos (fixadores externos, tracoes trans esqueleticas, ilizharov) e local de insersao de marca-passo temporario.

Materiais

Gaze esteril;
Biombo;
Luvas de procedimentos;
Soro fisiologico;
Solucao de Clorexidina a 0,5%;
Solucao Alcoolica 70%;
Esparadrapo ou micropore;
Algodao embebido em solucao alcoolica a 0,5%;
1 agulha 40/12;
1 saco plastico para lixo;

Procedimento

1  Higienizar as maos;
2  Preparar o material e leva-lo ate o paciente;
3  Explicar ao paciente o que vai ser feito;
4  Proteger o paciente;
5  Solicitar ou auxiliar o paciente a posicionar-se adequadamente, sem expo-lo       desnecessariamente;
6   Com o alcool limpar a mesa de cabeceira;
7   Colocar o pacote de curativo em cima da mesa de cabeceira;
8   Abrir o pacote do curativo sobre a bandeja sem contaminar a face interna;
9   Colocar sobre a bandeja o numero necessario de gazes, obedecendo aos principios de assepsia cirurgicos;
10  Abrir a solucao fisiologica com a agulha 40/12.
11  Calcar luvas de procedimentos;
12  Montar uma gaze na pinca;
13  Usar solucao fisiologica a 0,9% para remover o curativo anterior e remover sujidades da pele;
14  Deixar a pele limpa e livre de vestigios de esparadrapo ou micropore;
15  Observar o aspecto de insercao do cateter;
16  Montar uma gaze na pinca;
17  Realizar a antissepsia com solucao fisiologica, do local da insercao do dispositivo, utilizando movimentos semicirculares e as duas faces da gaze;
18  Realizar a desinfeccao do em torno do ponto de insercao do cateter ou fixadores com solucao fisiologica, usando movimentos circulares e excentricos.
19  Secar a regiao do ponto de insercao e a seguir ao redor do mesmo, utilizando uma gaze para cada local;
20 Desprezar as gazes usadas em sacos descartaveis destinados para este fim;
21  Montar uma gaze na pinca;
22  Colocar o antisseptico (clorexidina alcoolica 0,5%) sobre uma gaze e com auxilio de uma pinca aplicar no ponto de insercao e posteriormente em torno de insercao do cateter;
23  Segurar o cateter com a mao nao dominante e proceder a limpeza do cateter (do ponto de insercao para a extremidade);
24    Proteger a ferida com gaze, e fixa-la com micropore;
25    Identificar com o nome, data e horario sobre o curativo;
26    Deixar o paciente confortavel;
27    Descartar o material no saco plastico;
28    Registrar o procedimento no prontuario hora e data de troca do curativo e aspectos do local de insercao, bem como, aspecto da incisao, cicatrizacao, presenca de sinais flogisticos, se houver.

Curativos de Dreno



O curativo para dreno deve obedecer a tecnica empregada para o curativo de cateteres, fixadores e introdutores.
Tecnica para curativo com Dreno
- Caso seja esperada excessiva secrecao do ferimento, coloca-se um dreno para facilitar o processo. Sao usados, com esse proposito, dreno de borracha macios e firmes ou drenos plasticos. Os drenos sao as vezes retirados um pouco a cada dia, para estimular a cicatrizacao no sentido da profundidade para a superficie do ferimento;

- O sistema de drenagem pode ser ativo ou passivo, dependendo da aplicacao da drenagem por succao ou gravitacional, respectivamente. O sistema e considerado fechado quando o coletor de drenagem esta hermeticamente conectado ao dreno (p.ex. drenagem ventricular externa, drenagem de torax ou dreno portovack), e o sistema aberto e aquele onde a drenagem e feita em bolsas coletoras aderidas a epiderme ou em curativos oclusivos (ex. dreno penrose e Kehr);
- Curativos de ferimentos que estejam drenando devem ser trocados sempre que estiverem umidos. A secrecao nao apenas e frequentemente irritante para a pele, como serve, tambem, como provavel meio de cultura;
- Nao ha dados conclusivos sobre o beneficio de utilizacao de solucoes anti-septicas peridrenos para prevencao de colonizacao;
- Se for necessario manter o sistema de drenagem aberto, aplicar bolsa coletora e trocar a cada 24 horas ou quando necessario. Para pequenos debitos, utilizar bolsa de colostomia esteril, para grandes debitos utilizar bolsa coletora com placa;
- Sistemas fechados de drenagem (ex.: Portovac) devem ser manipulados assepticamente e o sistema (dreno-extensao-bolsa coletora) nao deve ser desconectados;

Biopsia de Feridas


A Biopsia consiste na remoção de parte do teciso para a determinação de suas caracteristica ou para a identificação dos germes contaminantes.
Antes de realizar a coleta do material a área a ser analisada deve ser limpa com alguma solução estéril que não contenha anti-séptico.
Pode ser utilizado um anestésico tópico ou injetado um anestésico local. Nunca se deve colocar o material em formol.

Materiais Necessários:
  1. Luvas (procedimento e estéril);         
  2. Solução     salina estéril;
  3. Frasco como meio de transporte do material
  4. Agulha de biopsia ou lâmina de bisturi
  5. Material para curativo 

Procedimento

  1. Lavar as mãos
  2. Calçar as luvas de procedimento
  3. Remover o curativo e descarta-lo no lixo
  4. Lavar o tecido com solução salina estéril
  5. Retirar a luva de procedimento
  6. Calçar a luva estéril
  7. Coletar material para cultura- 3 a 4 mm e coloca-lo no frasco
  8. Cobrir o tecido da pele com curativo 
  9. Retirar as luvas 

Aspiração com seringa

Trata-se da  inserção de  uma  agulha  em um tecido (lesões  bolhosas, celulites ou vesículas)
Tem como objetivo de aspirar fluidos que contenham microrganismo

Procedimento  

É aplicado anti-séptico na pele intacta (PVPI ou álcool a 70%), que será perfurada com agulha. 

Vale destacar a necessidade de aguardar a evaporação, a fim de evitar influência no material coletado